Gerontologia
Gerontologia é um campo de estudos interdisciplinar que investiga os fenómenos fisiológicos, psicológicos, sociais e culturais relacionados com o envelhecimento do ser humano. Esta é uma ciência que difere da geriatria, pois enquanto a geriatria é o ramo da medicina (especialidade) associado ao estudo, prevenção e tratamento das doenças da incapacidade em idades avançadas, a Gerontologia é a ciência que se dedica ao estudo do processo de envelhecimento na sua totalidade. Assim sendo, pode-se considerar a Gerontologia como sendo uma ciência social, que apresenta vários ramos, dos quais se podem destacar: Gerontologia biológica ou experimental; Gerontologia cultural ou gerocultura; Gerontologia ambiental; Gerontologia médica ou Geriatria. É portanto a ciência encarregue pelo estudo do efeito do tempo sobre os seres vivos, com todas as repercussões biológicas, médicas, psicológicas, sociais, económicas, demográficas, ambientais e políticas.
O envelhecimento populacional tem vindo a processar-se de forma acelerada em todas as regiões do globo e constitui-se num fenómeno complexo que requer a mobilização de todos os sectores das sociedades. Este envelhecimento caracteriza-se pelo aumento do número de idosos, que constituem o segmento da população em crescimento mais rápido, e pelo aumento dos anos de vida com ou sem dependência.
O acréscimo na esperança de vida acarreta mais tempo de vida activa, mas também mais tempo de dependência. Assim, os serviços de apoio (quer no âmbito da saúde, quer da acção social) têm de ser planeados para atender de forma efectiva às necessidades das pessoas idosas. As características e necessidades de saúde próprias deste segmento populacional requerem, forçosamente, medidas específicas, direccionadas para a promoção da saúde, a prevenção do binómio dependência e doença, a intervenção em situações agudas e crónicas, e a reabilitação. Paralelamente a estas questões, as transformações sociais e demográficas contemporâneas antecipam a necessidade de uma maior disponibilidade de cuidados informais às pessoas idosas (por exemplo: mudança na estrutura etária da população, declínio no tamanho das famílias, aumento de casais sem filhos, aumento de mulheres casadas empregadas, alterações na composição dos agregados familiares das pessoas idosas, com cada vez menos a viver com os seus filhos). Neste sentido, os serviços de saúde e sociais deparam-se com o desafio de se organizarem para encontrar e capacitar prestadores de cuidados informais e de serviços gerais para atenderem as diversas necessidades específicas das pessoas idosas.
Estes são, então, alguns dos desafios que se traduzem na necessidade de formação especializada e de produção de conhecimentos na área de Gerontologia, a partir de uma perspectiva multidisciplinar (saúde, social, psicológica, biológica, de entre outras).